Curadoria

O Hoje que o Mundo vive pode conduzir-nos a um caos. A matéria artística, ou produção artística, de afectos, de denúncia, de conhecimento, de memória, de consciência, alerta-nos e relata a crueldade de que somos capazes de exercitar ou, simplesmente, de calar; e de sobreviver. Mas também o sublime de todos os tempos na história da Humanidade.

A Arte permite a comunhão entre a responsabilidade, o conhecimento e a acção. Com mecanismos da matéria sensitiva e do teor de estéticas que atraem, comprometem-nos numa global vontade de harmonia. Ou melhor, poderá impulsionar a essa realidade que ambicionamos e que é urgente. A Arte não é acomodada e nem está refém de quaisquer subterfúgios, caso contrário, não será Arte! Antes, a repulsa da mesma.

VIEIRA DUQUE, Galeria de Arte e Cultura, projecta-se no futuro para servir de mote a um conjunto de exposições e de actividades culturais que possa mostrar a Arte que se produz, nas diferentes vertentes da mesma, como espaço de reflexão.

O objectivo é de trazer a Coimbra, Cidade do Conhecimento, a realidade artística actual e traçar ligações com a função primordial de uma qualquer galeria, estabelecer diálogos de valores e de desafios sociais, onde o Tempo recorre à sua ascendência primordial e atenta contra a inacção e a mediocridade.

Acreditamos que o futuro só possa ser garantido pela continuidade e, nesta perspectiva, objectivamos uma constante visão de responsabilidade com os tempos vindouros e articulando a Cultura e a Arte do passado, presente e do futuro, promovendo uma continuação com implementação comunitária.

As exposições (e venda) colectivas no espaço físico da Galeria e outras iniciativas expográficas a organizarmos fora de portas, objectivam mostras de artes nas legítimas preocupações dos artistas e dos agentes culturais em transpor este momento histórico de inquietude e o reencontro da essência humana e do nosso Mundo. Promovendo, assim, em conjunto com todos os agentes proactivos da sociedade contemporânea, novos ou reformulados paradigmas assentes no Belo.

Este é o desafio. Um olhar pela Arte sem pressa, com ternura e devoção. Desafiando a capacidade humana em que acreditamos: Amar!

A Arte e a sua produção é a condição mais visceral de comunicar e preservar latente o presente dos tempos, o Ser Humano e a sua História. Ignorar essa primordial função da produção artística, tão divina e humana, será condenar as sociedades a uma cabal e irremediável não liberdade que, de tão ignóbil, deve-se repudiar, contestar e, em última análise, combater. Ignorância tão antidemocrática e fraterna do absurdo!

Hoje, o Galerista deve enaltecer os compromissos de urbanidade para com os públicos diferenciados e promover, pelo conhecimento, pela admiração, pela posse, a justiça e a paz que ambicionamos para todos. O lugar da Arte pertence à urbe do Belo. O destino da Arte à rua da Verdade! Esta é a morada da qual não abdicamos no nº 1 do Adro de Cima, em Coimbra.

A não perder também todo um ambiente prazenteiro que só será possível com a colaboração do público porque sem este elemento fundamental não merecemos existir!