Catálogo de um Libertino confesso!

Catálogo de um Libertino confesso!

IMG_3467O Libertino – Estética erótica em formas artísticas que preenchem palavras que suscitam prazer.

“Digam o que disserem, ele prova-nos que, malgrado as mais aviltantes experiências que a vida ofereça a um homem [ou mulher], o espírito do amor sobrevive para nos enaltecer as vidas se tivermos a inteligência e a coragem e a fé – e a arte! para persistir.”

William Carlos Williams, in Introdução do Uivo e Outros Poemas


Catálogo para uma exposição colectiva de Arte com estética erótica.

O Libertino, estética erótica em formas artísticas que preenchem palavras que suscitam prazer, exposição colectiva de arte, com curadoria de Vieira Duque, tendo como mote “O Bordel das Musas ou as nove donzelas putas” de Claude Le Petit (Séc. XVII), “Escritos pornográficos” de Boris Vian (Séc. XX), “Uivo e Outros Poemas”, 1956, de Allen Ginsberg, impulsionador da geração beat, e a figura histórica John Wilmot, Segundo Conde de Rochester, que foi um libertino inglês, amigo do rei Carlos II e escritor de muita poesia satírica e obscena, através do filme “O Libertino” de Laurence Dunmore.


“Obscurité charmante, ombre vaste et pompeuse,

Image du neant, voluptueuse nuit,

Mère de mon amour que l’Amour tousjours suit,

Rend-moy l’aymable objet de mon âme amoureuse.”

Claude Le Petit, Songe amoureux. sonnet en vers


Arte!

Onde poderemos enquadrar esta exposição?

Obviamente numa colectiva de arte contemporânea, com pintura, escultura e fotografia, num ambiente intimista e com ilustração sonora da BSO do espectáculo circense ZUMANITY, Cirque du Soleil, e mostra bibliográfica das três obras literárias que serviram de mote e obras de Elizabeth Barrett Browning e de Virginia Woolf – acompanhadas por fotografias do fotógrafo Alexandre Almeida –  numa instalação onde procuro explorar o erotismo metafísico de quem “parte deste mundo” deixando para trás Memórias e Paixões, mulheres que perpetuam sentimentos ímpares de inclusão no ambiente do “tão bem querer” e do possuir pela carne, pelo espírito e pela arte; vidas que se cruzam entre si em momentos e realidades diferentes e com homens que as perpetuaram, num abraço que transcende a morte.

A Arte é isto! Ou antes, permite o perpétuo e o possuir em qualquer momento. É deste enlace que poderá sempre renascer a Alma do Amante! A Alma como ventre do desejo! Taça que saceia o desejo pelo erotismo sagrado que se desprende na “ante-posse” do Belo.

Entre obras do fotógrafo Nuno Horta e do pintor Duarte Vitória, assistimos ao filme filme “O Libertino” de Laurence Dunmore. Ilustração cénica e histórica.

Sem dúvida que se trata de uma exposição nada inocente no tema, mas com uma abordagem eclética e transversal na dinâmica, materializada pela arte, dos sentimentos e das emoções humanas que cabem em cada um de nós no presente e em qualquer passado, apenas reflectindo aspirações, comoções ou anseios, legítimos ou mais ambiguos, que em todos não serão inocentes, mas naturais, com toda a certeza.

Neste catálogo somos convidados a abservar Arte, não devaneios fúteis ou meros “orgasmos expositivos”.

A Vida é o todo e a Arte a sua mais sublime afirmação.